terça-feira, 31 de agosto de 2010
Natureza: Egoísmo e Altruísmo
Nesta cena, um chimpanzé juvenil empurra deliberadamente seu próprio irmão para o curso d'água adjacente. Os adultos reagem imediatamente e um deles (provavelmente a fêmea parental) socorre o filhote antes de qualquer acidente grave.
O comportamento do juvenil poderia ser classificado como egoísta e o de salvamento dos parentais, como um comportamento de natureza altruísta?
Os seres vivos são essencialmente egoístas ou altruístas? Essa classificação da natureza é pertinente ou não tem nenhum sentido?
Comportamentos egoístas na espécie humana seriam homólogos àqueles observados em outros táxons animais, inclusive primatas?
O senso moral e a consciência são possíveis autapomorfias (caracter derivado e exclusivo)em plena evolução na espécie humana? Essas duas novidades evolutivas seriam as raízes mais profundas dos conflitos existenciais humanos? Ou seja, conflitos entre os impulsos do ego (egoísmo) e os dítames da consciência (respeito)?
Existe alguma relação entre o senso moral, a inteligência auto-consciente, a religiosidade e o sentimento verdadeiro de caridade? Essa interação seria um caso de evolução associada de caracteres (ou progressão correlata) em pleno desenvolvimento no Homo sapiens?
Nesse contexto, a espécie humana representaria um marco singular na história evolutiva da vida na Terra? Em outras palavras, estamos sendo os promotores da principal transição evolutiva que já ocorreu aqui, a transição da Vida Inconsciente para a Vida Consciente?
Essas discussões estão em ebulição na literatura corrente, envolvendo as ciências biológicas, a psicologia evolucionista, a antropologia, a filosofia e a teologia...
Quem quiser aprofundar nessas questões, Livros como "As origens da virtude" (autor: Matt Ridley), "O animal moral" (Robert Wright) e "Tábula Rasa" (Steven Pinker) compilam diversos estudos publicados sobre essa temática tão instigante, atual e importante para a compreensão da evolução humana.
Postado por Wagner R. Silva em 31/Agosto/2010.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Aves do Cerrado pelas lentes do Madione
Eu gosto de fotografar aves principalmente as do cerrado, pois há uma grande diversidade de espécies. Em meu rancho ( Rifaina) há alguns fragmentos de mata que pode ser visto aqui indicado com setas vermelhas, nestes ja foram vistos diversos animais: tamanduá bandeira, onça parda, capivara, cascavel( crotalus), caninana, tatu, sagui, peixes, várias aves e algumas plantas. Pretendo postar aqui no blog da EDP e no nosso blog ( zoologia em foco). As fotos deste post foram feitas por mim no rancho. Alguém sabe me dizer que aves são essas?
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Para saber mais sobre a preparação e o plano de aula
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Réptil extinto lembra mamífero
Agência FAPESP – Uma nova espécie de crocodiliano do Período Cretáceo (de cerca de 145,5 milhões a 65,5 milhões de anos atrás) foi descoberta no sudoeste da Tanzânia, com pernas mais finas e dentes que até então eram considerados exclusivos de mamíferos.
Os crocodilianos formam uma ordem de répteis aquáticos e ovíparos, que inclui os crocodilos, jacarés e o gavial, e são encontrados especialmente em regiões tropicais do mundo. Os crocodiliformes do Cretáceo, chamados de notossúquios, eram parentes distantes dos crocodilos e jacarés modernos.
Os notossúquios, que viviam nas massas terrestres do supercontinente Gondwana, tinham um nível de diversidade tanto morfológica como ecológica muito maior do que a encontrada nos atuais crocodilos. Um exemplo está na boca: em vez de fileiras de caninos cônicos e iguais, seus dentes eram divididos em tipos especializados em morder e em outros feitos para esmagar.
A descoberta da nova espécie, cujo fóssil foi encontrado em rochas de 105 milhões de anos, foi publicada na edição desta quinta-feira (5/8) da revista Nature.
Segundo Patrick O’Connor, do Ohio University College of Osteopathic Medicine, e colegas, na espécie, denominada Pakasuchus kapilimai, as fileiras superior e inferior de dentes entravam em contato de modo semelhante ao que até hoje havia sido observado apenas em mamíferos.
O animal também tinha o tamanho aproximado de um gato doméstico e era mais magro do que os crocodilianos atuais. Possuía ainda um pescoço flexível. Apesar das características inusitadas para a ordem, os cientistas afirmam que se tratava de um crocodiliforme.
A dentição mais complexa indica uma capacidade de processar alimentos que os crocodilos atuais – que simplesmente mordem e engolem – não possuem, mas os mamíferos sim.
De acordo com o estudo, o Pakasuchus kapilimai e outros notossúquios podem ter ocupado nichos ecológicos na Gondwana (supercontinente ao sul) que correspondiam aos preenchidos por mamíferos no hemisfério Norte.
“Um número de características dessa nova espécie – incluindo a redução no número de dentes e uma dentição especializada e similar à divisão em caninos, premolares e molares – é muito semelhante a características que foram críticas durante o curso da evolução dos mamíferos do Mesozóico para o Cenozóico”, disse O’Connor.
O artigo The evolution of mammal-like crocodyliforms in the Cretaceous Period of Gondwana (doi:10.1038/nature09061), de Patrick M. O’Connor e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em http://www.nature.com
Estudo aponta despreparo de professores de Ciências em aulas de educação sexual
Estudo aponta despreparo de professores de Ciências em aulas de educação sexual
No Brasil, os professores de Ciências Biológicas com frequência não estão preparados para sanar as dúvidas dos estudantes do ensino fundamental sobre temas relativos à sexualidade. Isso acontece porque ao longo da formação desses profissionais a educação sexual é baseada quase que exclusivamente no aspecto biológico, deixando as dimensões humana e histórica em segundo plano. A constatação é da educadora Cláudia Ramos de Souza Bonfim, que acaba de defender tese de doutorado sobre o assunto na Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, sob orientação do professor Sílvio Ancizar Sanches Gamboa. Segundo ela, as crianças e adolescentes de hoje anseiam por informações que vão além dos aspectos anatômicos e fisiológicos, e os educadores precisam estar aptos para preencher essa expectativa.
Atual vice-presidente da Associação Brasileira de Educação Sexual (Abrades), Cláudia Bonfim conta que o interesse em pesquisar o tema surgiu a partir da sua experiência como professora de Ciências em escolas de ensino fundamental. Ao deparar com as dúvidas dos alunos acerca de questões ligadas à sexualidade, ela própria percebeu que não havia sido devidamente preparada para esclarecê-los.
Quando o assunto é educação sexual, afirma a autora da tese, os cursos superiores de Ciências Biológicas costumam se ater quase que exclusivamente às vertentes anatômicas e fisiológicas dessa área do conhecimento. "Embora sejam importantes, elas não são suficientes para dar conta de explicar todos as nuances envolvidas num assunto tão relevante e complexo", afirma.
Sigmund Freud: Novos paradigmasConforme Cláudia Bonfim, ao falarem de educação sexual durante as aulas, os professores de Ciências normalmente repisam tópicos como métodos contraceptivos, gravidez precoce e doenças sexualmente transmissíveis. "É necessário dissociar a sexualidade dos seus aspectos meramente negativos, como a questão do pecado ou como um desejo vergonhoso, que precisa ser profundamente controlado e silenciado. Ao silenciar o prazer, a potencialidade afetiva e a possibilidade de realização plena, a sociedade e a escola reforçam uma sexualidade procriativa, utilitarista, banal e consumista", afirma. No seu entender, é preciso falar sobre esses tópicos, mas também é indispensável ir além. "É fundamental, por exemplo, desenvolver uma visão mais crítica acerca da construção da sexualidade, de modo a promover um resgate histórico, político e filosófico do tema", acrescenta a especialista.
Nesse sentido, a autora da tese defende a criação de uma disciplina que trate da sexualidade humana no curso de Ciências Biológicas. Este, insiste ela, deve contemplar a construção histórica da sexualidade desde a Biologia às Ciências Humanas e da Saúde, com uma maior atenção à cultura, às políticas e às cenas contemporâneas, cujos produtos midiáticos têm produzido "significações" que influem diretamente na forma com que a sexualidade vem sendo vivida. "Ademais, por ser um tema transversal, é desejável que o tema também seja tratado nos demais cursos de Licenciatura e Pedagogia".
Michel Foucault: novos paradigmasNo entender da vice-presidente da Abrades, a falta de conhecimento dos professores, somada ao despreparo das famílias para falar sobre sexualidade, contribui para a desinformação dos jovens. Estes, por sua vez, tentam esclarecer as dúvidas em fontes pouco confiáveis, como amigos, sítios da internet ou televisão. "Os docentes pouco conseguiram avançar na superação da visão moralista, repressiva e biologista, o que se consolida, como já dito, pela falta de formação adequada desses profissionais. Os educadores encontram grande dificuldade para abordar um tema tão necessário como a educação sexual, especialmente em tempos de globalização e de difusão, por parte da mídia, de uma avalanche precoce, banal e hedonista do sexo".
Ao exibir telenovelas com cenas em que as pessoas possuem vários relacionamentos ao mesmo tempo e reportagens de adolescentes que vão para as baladas para disputar quem beija mais, prossegue Cláudia Bonfim, a televisão banaliza a discussão. "Está faltando falar de afeto. Falta, ainda, dizer que a sexualidade não está restrita aos genitais. A sexualidade envolve a mente e o corpo todo". Na sociedade atual, acrescenta a autora da tese, a sexualidade foi animalizada em vez de ser humanizada. "Cada vez mais, busca-se o prazer pelo prazer. Estamos esquecendo de transmitir com naturalidade aos jovens que sexo é bom, faz bem, pode ser vivido plenamente até a velhice, mas tem que ser feito com respeito, admiração e afeto pelo parceiro".
Passagem
Como tema, a sexualidade sofreu uma passagem histórica do campo da Biologia para o das Ciências Humanas. Num primeiro momento, explica Cláudia Bonfim, a sexualidade não tinha um peso econômico. Sua função era essencialmente a de perpetuar a espécie. As questões relativas ao assunto eram analisadas a partir de uma visão notadamente biológica, fundada nas contribuições dadas pelas pesquisas de Darwin, Lamarck e Mendel. Entretanto, com a mudança dos modos de produção, proporcionada pela Revolução Industrial, outros aspectos passaram a ser considerados. "A sociedade patriarcal passou a depositar um grande peso na sexualidade. A abordagem assumiu um caráter moralista, sempre em conformidade com o que pregava a Igreja Católica. Por essa posição, o sexo só poderia ser vivido dentro do casamento. A Igreja ainda nos condicionou a uma repressão sexual, não necessariamente para controlar nossos prazeres, mas para ter controle sobre aquilo que a sociedade considera fundamental: a garantia da perpetuação e legitimação da propriedade privada", detalha a pesquisadora.
A educadora Cláudia Ramos de Souza Bonfim: "É fundamental desenvolver uma visão mais crítica acerca da construção da sexualidade"A questão do filho legítimo, segundo ela, é exemplar nesse sentido. Ele era necessário para que o patriarca pudesse ter a quem deixar a herança da família. Ademais, o corpo permaneceu sendo visto como algo desprovido de sexualidade durante muito tempo. Era considerado antes de tudo um instrumento de trabalho. "A sexualidade humana não constituiu objeto de saber até o século XVII. A moral reinante prescrevia o silêncio sobre o sexo. Somente nos séculos XVII e XVIII é que são produzidos, por interesses diversos, como a expansão colonial, a industrialização incipiente e a consequente necessidade de povoação das colônias, novos discursos sobre a procriação e a sexualidade". O tema somente começou a ser objeto de uma reflexão humanista e crítica graças aos trabalhos de Marcuse, Engels, Foucault e Freud.
Atualmente, reforça Cláudia Bonfim, a sociedade vulgarizou ao extremo a sexualidade. "Nós ainda não conseguimos estabelecer um equilíbrio entre a repressão e a banalidade. Muitos pais vestem suas filhas de seis ou sete anos com roupas adultas, expondo precocemente a sua sexualidade, por meio de uma erotização inconsciente do corpo da criança. Não por acaso, as adolescentes estão ficando grávidas cada vez mais cedo. Sem que busquemos uma base histórica, filosófica e crítica, não conseguiremos alterar essa situação. Penso que o educador, com a devida contribuição da família, deve cumprir um papel central nessa tarefa, mas ele precisa ser devidamente qualificado para tal. Um integrante da banca que avaliou minha tese chegou a me perguntar se a minha visão não seria utópica. O que respondi é que se trata de uma utopia lúcida e desafiadora", finaliza a educadora, que trabalha atualmente como docente no curso de Pedagogia da Faculdade Dom Bosco e na Secretaria de Educação de Cornélio Procópio, município do Estado do Paraná.
Autor(a)/Créditos: Jornal da Unicamp, MANUEL ALVES FILHO
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Até quando isso vai continuar???
Tráfico tenta enviar quatro serpentes amazônicas pelo correio no Pará
Belém (12/08/2010) – Traficantes da fauna silvestre tentaram nesta quinta-feira (12/08) enviar pelo correio três jibóias-arco-íris (Epicrates cenchria) e uma periquitambóia (Corallus Caninus) de Belém, no Pará, para uma chácara em São Paulo. As serpentes amazônicas foram despachadas escondidas numa caixa de Sedex, cada uma dentro de um saco de pano, mas foram reveladas pelo sistema de Raio-X da agência dos Correios Telégrafo Sem-fio, no centro da capital. Os bombeiros foram chamados pelos funcionários para recolher o pacote, que foi entregue ao Ibama.
“A forma como os animais eram transportados é típica do tráfico. Já apreendemos cobras dentro de sacos e meias presos à cintura de passageiros até no embarque do aeroporto Val-de-Cães”, diz o chefe da Divisão de Fauna do Ibama no Pará, Leandro Aranha. Segundo ele, tanto a jibóia-arco-íris, que está ameaçada de extinção, como a periquitambóia, são muito procuradas para serem criadas como animais de estimação por serem dóceis e coloridas.
No início da tarde, agentes da Divisão de Fiscalização do órgão ambiental vistoriaram o local indicado pelo remetente das serpentes, mas o endereço era falso. A Superintendência do Ibama em São Paulo vai inspecionar a chácara para onde elas seriam despachadas em buscas de evidências de cativeiro de animais silvestres.
Se identificados, os autores do crime ambiental serão multados em R$ 15,5 mil e responderão a processos civis e penais. As serpentes serão devolvidas à natureza ou destinadas a criatórios conservacionistas, após exame dos veterinários do Ibama.
A legislação ambiental hoje não permite a criação de cobras como animal de estimação, a não ser que possuam identificação por microchip, e tenham origem comprovadamente legal. Ou seja, tenham sido adquiridas dos criadouros autorizados pelo Ibama antes da proibição da legislação, e nunca capturadas na natureza.
Fotos: Nelson Feitosa
Autor(a)/Créditos: Nelson Feitosa - Ascom/Ibama/PA