Então
galerinha, dando continuidade às discussões sobre a fauna do Cerrado (mais uma
etapa da disciplina de EDP 4), trouxemos informações sobre mais uma espécie que
habita esse bioma: eis a Phyllomedusa
ayeaye, mais conhecida como Perereca-de-folhagem-com-perna-reticulada.
Esse ‘pequeno ser’ era típico apenas
da região do Morro do Ferro, em Poços de Caldas - MG.¹ Embora seja considera
restrita, recentemente, foi registrada na Serra da Canastra, São Roque de Minas
– MG e, também no sudeste do Brasil no Parque Estadual das Furnas do Bom Jesus
em São Paulo.² As espécies da subfamília (Phyllomedusinae) tem distribuição
combinada pela América do Sul à leste dos Andes, Venezuela, Guianas, Peru,
Equador, Brasil, Bolívia, Paraguai e norte da Argentina. 3
Descrita
por B. Lutz em 1966 a espécie Phyllomedusa ayeaye, é facilmente
encontrada em poças de riachos e brejos próximos a matas de galeria.¹ (definição
na parte de ecologia). A Família Hylidae, apresenta caracteres
únicos: pupila em fenda vertical, cor verde no dorso e regiões ocultas com
padrões contrastantes de vermelho, azul e amarelo³. Faz parte do grupo de
formas pequenas. Machos e fêmeas possuem diferentes comprimentos
(rostro-cloacal), 31,0 – 16,5mm e 40,0 – 53,0 mm respectivamente. 4
A
vocalização, como um instrumento de atração das fêmeas para amplexo
(acasalamento), ocorre durante a época de chuvas e, para essa
espécie, o canto possui frequências mais graves. Os machos são territoriais e
usam de contato físico para agarrar o seu suposto adversário na tentativa de
desaloja-lo do ramo em que está vocalizando.5
Durante o amplexo (acasalamento), a
desova é feita em folhas dobradas pelo casal, cujas bordas ficam coladas por
cápsulas gelatinosas, expulsas durante a oviposição. Com isso, as larvas
eclodem na própria folha e, só depois, caem na água onde completam seu
desenvolvimento.6
O
nome científico da espécie, phyllos= folha e medusa=protetora, é
reflexo do modo de vida essencialmente arborícola que a mesma possui.
Anfíbios
são ecologicamente importantes quanto a dinâmica dos ecossistemas. Estes
desempenham a função de atuar como vetores no fluxo de nutrientes conectando
dois ecossistemas: aquático e terrestre. Sua pele permeável é extremamente
sensível a poluição e a qualquer alteração no habitat. Por isso são
considerados excelentes bioindicadores.7
Consta
pela lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para a
Conservação da Natureza como, criticamente em perigo. Assim o é, também, na
lista das espécies de anfíbios brasileiros ameaçados de extinção e no Livro
Vermelho das Espécies Ameaçadas da Fauna de Minas Gerais.
Boa semana! Ah, o espaço está aberto pra discussões, críticas, etc. ... certo? Até a próxima.
Bibliografia:
¹ LUTZ, B. Pithecopus ayeaye, a new brazilian hylid
with vertical pupils and grasping feet. Copeia. Ano 1966.
² ARAUJO, C.O., CONDEZ,
T.H. & HADDAD, C.F.B. Amphibia, Anura, Phyllomedusa ayeaye (B. Lutz 1966):
distribution extension, new state record and geographic distribution map. Check
List. 2007b.
³ ___________. The amphibians of
São Paulo State, Brazil amphibians of São Paulo. Biota Neotrop. Vol.9 no.4 Campinas Oct./Dec. 2009.
6 _______________.
Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção - Anfíbios. Vol. II.
7 ÁLVARES, G. F. R. Taxonomia, Distribuição Geográfica Potencial e Conservação das Espécies
de Phyllomedusa do Grupo hypochondrialis. Dissertação de Mestrado em
Engenharia Florestal, Publicação PGEFL – 116/09, Departamento de Engenharia
Florestal, Universidade de Brasília, DF, 95p. 2009.
Imagem retirada de: http://wap.noticias.uol.com.br/bichos/album/animais_ameacados_extincao-f6.htm
Grupo: Fernanda Velasco, Jéssica Ferreira e Thamires Manfrim.
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